Reduziu o uso de antibióticos na indústria salmonícola?

A indústria do salmão é uma das mais importantes do país, mas, como qualquer outra atividade, está sob o escrutínio público. Uma das maiores críticas que recebe é justamente o uso de antibióticos durante a produção do salmão. Por isso, convidamos você a ler a seguinte nota sobre os dados mais recentes a esse respeito.

Por que se utilizam antibióticos na salmonicultura?

No Chile, a salmonicultura utiliza antibióticos sob prescrição de um médico veterinário, e só são utilizados quando surgem doenças. Em nenhum caso são utilizados preventivamente ou para acelerar o crescimento dos peixes.

Além disso, o Serviço Nacional de Pesca (Sernapesca) deve autorizar e controlar online o procedimento para a pesca.

O salmão chileno enfrenta uma bactéria que causa a doença SRS (septicemia rickettsial salmonídea). Esse patógeno afeta somente os peixes e, até o momento, não foi possível desenvolver uma vacina totalmente eficaz.

Além disso, os salmões também podem ser afetados pelo caligus ou piolho-do-mar. Este é um parasita prejudicial ao bem-estar dos peixes.

Portanto, o uso de antibióticos é sempre reativo, e só se recorre a eles quando estritamente necessário. Vale ressaltar que esses medicamentos são autorizados para uso veterinário pela Organização Mundial da Saúde. Não são utilizados antibióticos de uso humano.

Nesse contexto, o doutor em biologia molecular e celular, Jorge Olivares, disse ao SalmonExpert que “não foi possível demonstrar o impacto do uso de antimicrobianos utilizados na salmonicultura em patógenos e bactérias relacionados ao homem no Chile”.

Consumo de antibióticos em salmões em baixa

Durante 2023, os associados da SalmonChile relataram uma redução de 30% no uso de antibióticos em relação ao ano anterior.

Isso representa um avanço sustentado ao longo do tempo realizado nos centros de cultivo de salmão. Se em 2013 foram registrados 603 gramas de antibióticos por tonelada de peixes vivos produzidos, em 2023 esse número caiu para 236 gramas por tonelada.

Isso representa uma redução de 61% no uso desse tipo de medicamento nas produtoras de salmão. Essa forma de medição é chamada de índice de consumo de antibióticos (ICA).

A indústria do salmão também está reduzindo o uso de tratamentos farmacológicos contra o caligus. Para isso, impulsionou novas tecnologias, como a remoção física ou o uso de água doce, entre outras.

Durante 2023, as empresas produtoras associadas à SalmonChile registraram 5,2 gramas de antiparasitários por tonelada de peixes tratados. Isso representa o menor número desde 2013, quando foram utilizados 9,5 gramas por tonelada de salmão.

Além disso, 23% dos salmões produzidos receberam pelo menos um tratamento sem o uso de medicamentos contra o Caligus. Os rigorosos padrões de qualidade permitiram uma redução de 28% no uso de antiparasitários nos últimos 11 anos.

Pensando no bem-estar de todos

As empresas salmonícolas no Chile produzem um milhão de toneladas desse peixe por ano. Isso representa 33% da produção global desse alimento.

Por isso, a prioridade é oferecer um produto de qualidade. 100% da biomassa de salmão é certificada por pelo menos um padrão. Isso garante que o processo de produção cumpra os níveis internacionais.

O salmão tem um papel fundamental a desempenhar em muitos setores para o país e para o mundo. Portanto, a inovação em todas as suas áreas será importante para continuar melhorando.

Em 2019, os associados da SalmonChile se comprometeram a reduzir em 50% o uso de antibióticos. Até o momento, eles alcançaram 43% da meta.